Abscesso pancreático é uma complicação muitas vezes associada a pancreatite. O tratamento ideal é intervenção cirúrgica, mas infelizmente existem poucos estudos avaliando prognóstico, morbidade e mortalidade para que possamos basear nossas recomendações quanto ao tratamento. Recentemente, Anderson JR, Cornell KK, Parnell NK e Salisbury SK, publicaram um artigo no Journal of the American Medical Hospital Association, avaliando o tratamento cirúrgico de abscessos pancreáticos em 36 cães. As intervenções cirúrgicas incluíram debridamento pancreático, pancreatectomia parcial, biópsia pancreática, instalação de dreno de Sump-Penrose e drenagem com abdomen aberto. Nove cães necessitaram uma segunda intervenção, 6 foram eutanaziados durante cirurgia, 8 foram eutanaziados após cirurgia e 8 não sobreviveram durante o pós-operatório. Apenas 14 pacientes se recuperaram e foram avaliados por cerca de 2 meses. Dentre todos os casos, apenas dois tiveram cultura bacteriana positiva, já a efusão peritoneal demonstrou crescimento bacteriano em 7 de 12 amostras. Administração de antibióticos durante a cirurgia, drenagem abdominal, suporte nutricional e uso de colóides não puderam ser associados nem com melhora tão pouco piora do prognóstico. Os autores concluíram que cães com abscessos pancreáticos estão sujeitos a hospitalização prolongada, alta morbidade e mortalidade e prognóstico ruim, independente do tratamento empregado.
Comentários
A hospitalização prolongada e terapia de suporte associada ao tratamento de abscessos pancreáticos, no final, pode custar muito caro fazendo com que os proprietários decidam interromper o tratamento na metade por problemas financeiros. Infelizmente os autores não puderam prever o tempo de sobrevida de nenhum dos pacientes com os tratamentos e dados empregados. Quem sabe uma coleta de dados mais extensa e comparação com casos similares de outras instituições possam ajudar na precisão do prognóstico para os diversos tratamentos disponíveis.
Tenho uma husky, de 10 anos, que com fortes dores abdominais e febre, foi submetida a ecografia e exame de lipase, a medica veterinaria constatou uma massa no pancreas além de distenção abdominal, atribuindo as seguintes causas: pancreatite cronica, cancer (afinal ela havia se submetido a uma mastectomia parcial 1 ano antes) ou abcesso pancreatico. Optou a vet, primeiramente, por antibioticoterapia (14 dias) e tratamento com anti-inflamatório, dimeticona, dipirona, ranitidina e dieta rigorosa, livre de gorduras. Caso não surtisse efeito seria realizada a cirurgia exploratoria. Efetuado o tratamento, contatou-se que se tratava somente de abcesso pancreatico, que desapareceu completamente, não necessitando de cirurgia exploratória.
ResponderExcluirAbraço.
Daniela
Olá Daniela, obrigado por dividir sua experiência com nós. Continue participando do nosso Blog.
ResponderExcluirAbraços
Luiz