Hemoperitoneo (hemorragia intra-abdominal) pode ser traumática ou não traumática em origem. A severidade pode variar e o manejo clínico é ainda controverso. Foi publicado recentemente no Journal of Veterinary Emergency and Critical Care (Herold LV, Devey JJ, Kirby R, Rudloff, E. 18:40-53, 2008), uma revisão do manejo emergencial do hemoperitoneo. Histórico e exame clínico podem alertar o veterinário sobre a presença de hemoperitoneo; uma avaliação da perfusão ajuda a categorizar o paciente de acordo com a severidade clínica. Os objetivos do manejo incluem: 1 - reestabelecer e manter um volume circulante efetivo, 2 - diagnosticar hemoperitoneo e identificar as anormalidade laboratoriais, 3 - manter capacidade de oxigenação e 4 - interromper a fonte da hemorragia. Os esforços devem ser introduzidos de uma maneira a manter pressão arterial média de 60 mmHg (sistólica 90 mmHg), manter oxigenação, essa pode ser otimizada com uso de transfusão sanguínea para repor a perda de hemoglobina (os autores recomendam transfusão nos casos em que o PCV é menor que 25% e hemoglobina menor que 8 g/dl). Uma vez que a hemorragia foi identificada, deve-se pesquisar por coagulopatias e procurar pela origem da mesma usando intervenção cirúrgica caso necessário. O prognóstico irá depender da etiologia do sangramento abdominal e o sucesso em reverter a situação. Uma revisão retrospectiva de 28 casos de hemoperitoneo traumático em cães mostrou taxa de mortalidade de 27%.
Comentários
Essa foi uma ótima revisão sobre hemoperitoneo em cães. Os autores incluíram informações sobre diagnósticos diferencias, métodos diagnósticos e orientação para o tratamento e controle da hemorragia. Sem dúvida vale a pena ler o artigo completo antes de se deparar com um caso de hemoperitoneo em sua clínica.
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