sexta-feira, 29 de maio de 2009

Hipotireoidismo em Cães - O que testar?

Prezados leitores do meu Blog. Na votação tivemos 46% dos votos para testes em Endocrinologia contra 40% para Atopia em cães. Decidí então pegar uma pergunta de um colega que pratica em Olinda, Pernambuco - obrigado pela participação. A pergunta se refere a quais testes usar na suspeita de cães com Hipotireoidismo. Dr. Richard W. Nelson, DVM, DACVIM, falou sobre isso recentemente no simpósio da Universidade da Califórnia - Davis.

Existe basicamente 4 testes laboratoriais que eventualmente voce irá acabar usando tanto para diagnóstico como monitoramente da terapia de cães com hipotireoidismo. O primeiro dele é medir a concentração total do hormônio T4. Como o próprio nome diz,vc está medindo a concentração de T4 ligado e não ligado a proteínas plasmáticas. A concentração normal em cães é 0.8 a 3.5 microg/dl e pode variar dependendo da raça. Esse teste é o primeiro porque não existe até hoje condições conhecidas que podem resultar na concentração normal de T4 em cães com hipotireoidismo. Ou seja, é um ótimo teste de exclusão, porém, caso seu valor dê realmente baixo, agora sim, existem diersos fatores que podem diminuir a sua concentração em um cão - seja doenças ou medicamentos. Em situações onde a concentração estaja abaixo de 0.5 em cães sem sinais de outras doenças, pode-se fechar o diagnóstico presuntivo e tentar terapia para ver se responde, sem correr demais testes. Porém, isso nem sempre ocorre, a maioria dos cães com hipotireoidimos irão cair nos níveis >0.6 <1.

O próximo teste é medir o T4 livre. T4 livre é a fração do hormônio T4 não ligada a proteína e por isso chamado livre. Esse teste ajuda na a elucidar o caso em conjunto com o T4 total, isso porque o T4 livre não sofre tanta influência de doenças e medicamentos, sendo assim, valores acima de 1.5 ng/dl ocorrem em casos onde a baixa do T4 é secundária à uma doença ou medicamento, e valores abaixo de 0.5 ng.dl suportam o diagnóstico de hipotireoidismo. O problema é que valores entre 0.5 e 1.5 ng/dl não são diagnósticos.

Outro teste que pode ajudar, caso o T4 total e o T4 livre estejam inconclusivos, é medir o valor do TSH (Hormônio estimulante da tireóide). Em teoria, o TSH deveria estar elevado em cães com hipotireoidismo, geralmente você espera por valores acima de 0.6ng/ml. Infelizmente a concentração pode estar normal em cães com hipotireoidismo e pode estar elevada em cães com valor baixos de T4 mas que não possuem hipotireoidismo. Por isso é importante rodar todos os testes ou "painel" para ver o que cada um nos diz.

Outro teste disponível é testar o sangue para auto-anticorpos para tireoidite linfocítica. Esse não é na verdade um teste de função glanduar mas pode ajudar no diagnóstico caso os demais testes sejam inconclusivos. O importante quando se suspeita de hipotireoidismo em cães é sempre realizar mais de um teste, nunca usar um único teste para suportar o diagnóstico e sempre relacionar o resultado com os sinais clínicos do paciente.

Caso tenha interesse em saber mais, poste seu comentário abaixo.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Biomarcador Cardíaco - Cardiopet proBNP

Continuando na Cardiologia, não deixem de ler o tópico anterior sobre o estudo QUEST, mas dessa vez mais uma novidade nos EUA, não tenho certeza se no Brasil também, o laboratório IDEXX lançou o Cardiopet proBNP. Trata-se de um exame de sangue que mede a presença de proBNP - um biomarcador cardíaco que ajuda a determinar o status da doença cardíaca de cães e gatos. Em conversa com o Dr. Andrew Beardow - Cardilogista do IDEXX, ele garantiu que incorporar o Cardiopet na tentativa de diagnóstico preliminar de doenças cardíacas pode levar a uma detecção mais cedo de quando o paciente está na iminência de entrar em insuficiência cardíaca congestiva, com isso ambos veterinário e proprietário poderão se preparar para o tratamento da doença mais cedo. Ele sugere incluir proBNP no teste de pacientes com sinais de doença cardíaca assim como em gatos com ritmo de galope e mais de 4 anos de idade.

Mais interesse nesse assunto? Poste seu comentário ou escreva para drbolfer@gmail.com

domingo, 24 de maio de 2009

Pimobendan!

Respondendo a pergunta de um colega que pratica em Brasília. "Qual a eficácia do Pimobendan no tratamento de cães com doença cardíaca?" Não existe uma resposta certa ainda para essa pergunta, muitos cardiologistas possuem opiniões diferentes sobre o uso ou não e quando usar e para quais doenças. No entanto a sua pergunta foi bastante oportuna pois foi realizado um estudo bem recente chamado QUEST (Quality of Life and Extension of Survival Time). Foi um estudo de grandes proporções conduzido na Europa envolvendo 11 países, 28 centros de pesquisa, 32 investigadores, 260 cães de 31raças. Para referencia: HaggstromL et al. Effect of Pimobendan or Benazepril hydrochloride on survival times in dogs with congestive heart failure caused by naturally occuring myxomatous mitral valve disease.The Quest Study. Journal of Veterinary Internal Medicine. 2008; 22:1124-1135. Vale a pena ler o artigo completo se você realmente gostaria de ter uma visão mais completa sobre o assunto, mas o ponto principal do estudo foi comparar o uso de Benazepril + furosemida com Pimobendan + Furosemida, infelizmente não se avaliou a combinação Benazepril + Pimobendan + Furosemida, que é na verdade a maneira que temos usado por aqui. Mas enfim, os autores concluíram que a sobrevida dos cães tratados com Pimobendan foi quase que o dobro dos que foram tratados com Benazepril (267 dias vs 140 dias).

Caso tenha mais interesse em saber como temos usado aqui poste um comentários e seguiremos discutindo.

sábado, 23 de maio de 2009

Bartonella - Doença da Arranhadura do Gato!

Obrigado pela participação dos colegas que enviam e-mails com perguntas. Não deixem de participar da votação no início da página do Blog.

Escrever sobre Bartonella na verdade não surgiu de nenhuma dúvida dos colegas mas de uma palestra que eu participei há alguns dias atrás, ministrada pelo Dr. William Hardy, diretor de um dos maiores laboratórios dos EUA - National Veterinary Laboratory, Inc. A palestra foi ótima abrangendo todos os aspectos importantes sobre o tema. Bartonella é uma bactéria que causa doença em gatos e que pode causar sérios problemas para nós, donos de gatos, ou qualquer pessoa que tenha contato com gatos infectados. Existem aproximadamente 20 espécies dessa bactéria sendo transmitida principalmente pela pulga. O gato pode transmitir essa bactéria para as pessoas através de arranhões (daí o nome Doença da Arranhadura do Gato), ou mordidas.

Das 20 espécies de bactérias que eu comentei inicialmente, o gato pode se infectar com 6 delas, e aí vem o grande problema, eles podem ser portadores e infectar pessoas sem que ninguém saiba. As bactérias mais envolvidas na contaminação gato-humanos são: Bartonella henselae e Bartonella clarridgeiae, porém outras espécies foram reportadas causando doenças em pessoas portadoras de doenças que causam baixa na imunidade. A prevalência de gatos infectados com Bartonella nos EUA é alta chegando a 28% em alguns estados (principalmente estados do Sudeste) eu acredito que o mesmo seja verdade no Brasil nas regiões mais húmidas e quentes.

Os sinais clínicos mais comuns em gatos são gengivite, estomatite, ulceras na boca e aumento dos linfonodos submandibulares, mas vários outros sintomas podem estar presente afetando os olhos, pele e trato gastrointestinal. Em nós humanos, os sinais clínicos mais comuns são linfoadenomegalias, febre, endocardites, angiomatose, e corioretinite. Felizmente o tratamento tanto em gatos como em pessoas é simples e envolve o uso de antibióticos por um período longo, o maior problema na verdade é diagnosticar a doença a tempo, uma vez que ela pode ser confundida com várias outras.

Por isso é muito importante testar os gatos, principalmente gatos que foram resgatados das ruas e colocados para adoção. Existem diversos testes disponíveis mas nem todos fornecem bons resultados devido ao fato dessa bactéria ser de difícil cultura e identificação via ELISA ou PCR. Nos EUA método de escolha e serologia (Western Immunoblot), que requer um laboratório mais especializado, muito embora o custo do teste não seja proibitivo (em torno de 20 dólares).

Prevenir pulgas, testar gatos novos e tratar os positivos são algumas medidas que nós veterinários podemos tomar para reduzir o risco das pessoas se contaminarem com essa bactéria. Existem diversos outros detalhes sobre essa doença no material distribuído no dia da palestra e que seria impraticável cobrir tudo no blog, mas se você tiver interesse em saber mais poste seu comentário abaixo para discutirmos.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Hipertensão em gatos com Insuficiência Renal

Essa pergunta veio de um colega de Londrina no Paraná. Gostaria de saber que métodos vocês usam para controlar hipertensão secundária a doença renal em gatos. Esse ano mesmo tivemos uma palestra interessante sobre esse assunto no North American Veterinary Conference por Elliott J. e o resumo pode ser encontrado nos anais, pp 744-745. O objetivo principal do manejo da hipertensão em gatos é proteger e evitar sérios danos a órgãos como cérebro e olhos, além de reverter a hipertrofia ventricular que acompanha a hipertensão e proteger os néfrons que ainda funcionam nos rins (reduzindo a pressão capilar glomerular e severidade da proteinúria). O tratamento mais frequente e eficaz é iniciar com 0.625 mg de amlodipine q24 hrs e monitorar a resposta. Gatos que mostram sinais de problemas neurológicos agudos ou cegueira devido ao descolamento da retina, a pressão sanguínea deverá ser monitorada todos os dias para que seja possível avaliar a resposta ao tratamento inicial com mais precisão. Na maioria dos casos, a pressão arterial é reavaliada em 7 a 14 dias. Se a pressão sistólica continua acima de 160 mmHg, aumenta-se a dose de Amlodipina para 1.25 mg e novamente reavalia a pressão em 7 a 14 dias. A maioria dos casos respondem bem a esse tratamento e a pressão arterial geralmente fica em torno de 130 a 160 mmHg. Caso a pressão caia para valores abaixo de 110 mmHg a dose deverá ser reduzida. Uma vez estabilizado, o paciente deverá ser reavaliado a cada 6 semanas. Alguns pacientes exigem múltiplas drogas para conseguir controlar a pressão, nesses casos, pode-se utilizar um IECA como benazepril, enalapril em combinação a Amlodipine. O que ainda não se sabe é quando devemos iniciar terapia em pacientes que possuem pressão arterial acima do normal ou no limite superior, mas que não apresentam nenhum sinal clínico, devemos tratar? qual medicamento usar? qual seria o valor ideal para manter a pressão nesses casos? Estamos esperando por mais estudos sobre isso.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Dieta e Pancreatite!

Um estudo retrospectivo foi conduzido para determinar se fatores específicos na dieta de cães podem estar associados a pancreatite. (Lem KY, Fosgate GT, Norby B, Steiner JM. Journal of Veterinary Medical Association 233:1425-1431,2008). Informações sobre a dieta e outros fatores foram extraídos de arquivos médicos de 198 cães diagnosticados com pancreatite e 187 cães controle com diagnóstico de doença renal sem evidência de pancreatite. Informações adicionais foram coletadas de proprietários através de um questionário. Os dados obtidos no estudo dos arquivos médicos revelaram que a pancreatite foi diagnostica principalmente em cães da raça Schanauzer Miniatura seguido por Yorkshire e terriers em geral. Cães com soro lipêmico (dieta muito gordurosa) apresentaram 3.9 vezes mais chances de ter pancreatite do que cães não lipêmicos. Cães com Diabetes Mellitos apresentaram 3.6 vezes mais chances de ter pancreatite. Cães obesos apresentaram 1.9 vezes mais chances de ter pancreatite quando comparados a cães com peso ideal ou abaixo do ideal. Com relação a dieta, cães que comem restos ou parte da comida de seus donos, que comem comida contida nos lixos residenciais, ou que comem uma quantidade de ração acima do recomendado, ou que comem ração de outros cães em parques ou casas de vizinhos apresentaram 2.9 vezes mais chances de ter pancreatite. Outros fatores incluem cães obesos, castrados e que passaram por outro tipo de procedimentos cirúrgicos.

Comentários
Alguns estudos anteriores a esse já haviam mostrado a relação entre dietas ricas em gordura e o desenvolvimento de pancreatite. Esse estudo confirma que é importante recomendar aos donos de cães para que ofereçam uma dieta estável evitando comidas adicionais e principalmente de consumo humano. Controlar obesidade, limitar acesso a restos de comida, comidas gordurosas e lixo residencial, levar a própria comida para parques e casas de pessoas que também possuem cães são alguns fatores que podem contribuir para a redução de casos de pancreatite.

domingo, 10 de maio de 2009

De olho na Leptospirose!!!

Leptospirose é uma doença zoonótica de ocorrência mundial. Mesmo sendo alguns sevorars hospedeiro específico, outros sevorars podem causar doença em vários hospedeiros diferentes. Vários casos de leptospirose em cães foram reportados nos anos de 2004 a 2006 trazendo dúvidas quanto a quantidade existente de cães infectados mas sem sintomas da doença. Foi publicado no Zoonoses Public Health 55:436-442, 2008 por Davis MA, Evermann JF, Petersen CR, et al. um estudo onde os autores testaram cães sadios para anticorpos contra leptospira. As amostras de soro de 158 cães foram testadas usando um teste padrão de aglutinação. Ao todo, 17.1% (27 das 158 amostras) tiveram resultado positivo, e os serovars Autumnalis, Icterohemorrhagiae e Canicola, foram os mais frequentes. Esses achados suportam a hipótese de que ainda existe um grande potencial para cães aparentemente sadios carrearem a doença e transmitirem para outros animais e principalmente para o homem.

Comentários
Leptospirose é uma doença séria em cães, e o fato de ser uma zoonose aumenta ainda mais a preocupação em se testar animais em determinadas áreas para definir a prevalência da doença. Estudos mais antigos indicavam que os serovars Icterohemorrhagiae e Canicola eram tradicionalmente as mais prevalentes, novos estudos alertam que Pomona e Grippotyphosa são as mais comuns hoje em dia.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Osteoartrite - Tratamento.

Prezados colegas, continuem enviando suas dúvidas para nosso e-mail drbolfer@gmail.com Esse tópico será destinado a responder uma dúvida de um colega que pratica em Maringá - Pr. A pergunta é : Qual o protocolo que vocês usam nos EUA para tratar Osteoartrite (OA) em cães?

Obrigado novamente pela sua pergunta, na verdade não existe um protocolo único ou amplamente utilizado como há para o tratamento de diversas outras doenças e quimioterapia. O aspecto mais desafiador do manejo de pacientes com OA ao longo do tempo é justamente tentar construir um protocolo e tentar utilizá-lo em todos os estágios da doença. Infelizmente não existe nenhum trabalho baseado em evidências médicas para nos auxiliar na escolha das modalidades mais efetivas. Como clínicos nós podemos recomendar opções farmacológicas, manuais e exercícios ou combinar esses três, sempre levando em conta o custo, efeitos e antecipar os benefícios comparado com as demais opções. A personalidade do paciente também conta muito nessa hora. Mas voltando a questão do protocolo, nos estágios iniciais de OA, o uso de anti-inflamatórios não esteroidais geralmente é capaz de controlar os sinais clínicos como dor e os pacientes são capazes de manter postura e motilidade normais. A medida que o tempo passa, é preferível introduzir alguma modalidade não farmacológica. Para cães que gostam de manter um contato muito próximo com os donos, como ficar no colo por exemplo, podem não apresentar motivação para exercícios (fisioterapia etc). Cães independentes com certeza se beneficiam muito mais desse tipo de modalidade. Infelizmente por se tratar de uma doença progressiva, os estágios finais da doença podem exigir breves hospitalizações para manejo da dor, descanso, acompanhamento nutricional e exercícios controlados. Caso alguém tenha interesse em saber mais sobre cada modalidade por favor deixe seu comentário para que possamos discutir sobre eles.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O Foco agora é no Veterinário!

O médico veterinário além de ser responsável pela saúde dos animais, também tem importante participação na saúde pública. Foi publicado recentemente no Journal of Infection Diseases of North America 22:755-722, 2008 por Theiler RN, Rasmussen SA, Treadwell TA, Jamieson DJ., um estudo descrevendo as principais zoonoses e suas manifestações clínicas especialmente em mulheres. Um ponto importante tocado pelos autores é a presença de animais portadores de zoonoses mas que não apresentam sinais clínicos nenhum e atuam apenas como reservatórios para esses patógenos. Na revisão dos dados, foi sugerido que mulheres possuem maior susceptibilidade para infecções por Treponema pallium, e menor susceptibilidade para Febre Q (Coxiella burnetii) e West Nile Virus. Os cuidados devem ser ainda maiores para mulheres grávidas, agentes infecciosos que podem causar complicações durante a gravidez incluem: West Nile Virus, febre hemorrágica viral, coriomeningite linfocítica viral, síndrome respiratória por coronavirus, influenza aviária, T. pallidum, doença de lyme, febre do carrapato, leptospirose e doença de chagas.

Comentários
Existe um grande potencial para a transmissão de doenças zoonóticas entre veterinários e a população. Todos os veterinários precisam estar cientes dos riscos envolvidos e prevenir, uma vez que essas doenças podem ser facilmente transmitidas, especialmente para mulheres grávidas.

domingo, 3 de maio de 2009

Anaplasmose Granulocitica Canina.

Anaplasma phagocytophilum - um organismo gram-negativo intracelular conhecido também como Ehrlichia phagocytophila, Ehrlichia equi e Ehrlichiose granulocitica humana - é o agente causador da Anaplasmose granulocitica canina (CGA). Um estudo prospectivo, envolvendo 18 cães naturalmente infectados pelo A. phagocytophilum, vivendo em áreas com alta população do carrapato Ixodes ricinus, foi conduzido para descrever os sinais clínicos, anormalidades laboratoriais, diagnóstico, tratamento e curso da doença. (Journal of Veterinary Internal Medicine - Kohn B, Galke D, Beetlitz P, Pfister K, 22:1289-1295,2008). A maioria desses cães (17) foram infectados principalmente entre o mês Abril e Setembro, sendo que apenas um deles apresentou a doença em Novembro. O diagnóstico foi possível através de teste de PCR para A. phagocytophilum sem co-infecções. Achados diagnósticos comuns foram letargia, inapetência, febre e esplenomegalia. Resultados laboratoriais mais comuns incluíram: trombocitopenia, anemia, linfopenia, hipoalbuminemia e elevação da fosfatase alcalina. Infestação por carrapato foi notado pelos proprietários em 14 cães. Todos foram tratados com doxiciclina (5 mg/kg PO q 12hrs). Os autores alertam que a serologia isolada não deve ser usada como único meio de diagnóstico de CGA devido a grande possibilidade de falso negativo. O mês junto do histórico, sinais clínicos, hematologia, bioquímica e serologia podem apontar para um diagnóstico presuntivo e ser fechado mais tarde baseado na exclusão de outras possíveis infecções, resultado de PCR positivo e melhora do quadro clínico após instituído tratamento com doxiciclina.

Comentários
O diagnóstico de A. phagocytophilum, assim como outras doenças transmitidas por carrapatos, aumentou sua prevalência uma vez que os carrapatos que transmitem essa doença estão se espalhando cada vez mais pelo país. Cães com histórico de exposição a carrapatos devem ser testados para as diversas doenças possívelmente transmitidas (IDEXX Snap 4x é uma bom teste para isso). Mesmo cães que estão no controle para carrapato devem ser testados uma vez que é comum acontecer falha no tratamento pelos seus proprietários. O tratamento ideal continua sendo o uso de Doxiciclina e o mesmo pode servir para confirmar o diagnóstico dependendo da resposta positiva a terapia.